Quando falamos sobre carros
conceito logo vem a mente imagens de carros futurísticos, estranhos e muitas
vezes nada funcionais. Mas existem algumas exceções com modelos tão bonitos que
acabamos ficando com vontade de ter um na garagem. E o Plymouth Belmont é um
bom exemplo disso.
Em 1954 as vendas da Plymouth
haviam caído consideravelmente e na tentativa de chamar mais atenção para a
marca, o chefe de designe da Chrysler Virgil Exner liderou seu departamento na
criação de dois carros conceitos para os salões de automóveis daquele ano. Os
veículos eram o Plymouth Belmont e o Plymouth Explorer Coupe.
O Belmont era o modelo mais
esportivo e chegou até mesmo a criar grande expectativa quanto á possibilidade de competir com o Chevrolet Corvette lançado em 1953. Com uma concepção parecida
com a do concorrente o Belmont foi o primeiro carro da Plymouth a usar
carroceria em fibra de vidro e um motor V-8 (antes os carros da marca só eram
oferecidos com motor seis cilindros). Com transmissão semi-automática Hy-drive
e motor V-8 Dodge de 150CV, o Belmont foi apresentado ao público na cor azul
metálico no Salão do Automóvel de Chicago.
Com um desenho considerado
aerodinâmico para a época o Belmont era um carro grande, com quase cinco metros
de comprimento e ao contrário da maioria dos carros conceitos, era
completamente funcional.
Outro fato interessante sobre o
Belmont é que seu projeto foi criado pensando em peças que já existiam em
produção nas linhas de montagem da Chrysler, como as lanternas traseiras e os
para-choques. A principio o projetista Bill Robson (o verdadeiro designer por
trás do Belmont) achava que a empresa
queria somente um carro conceito futurista, mas quando ficou claro que o
Belmont seria um carro esportivo para produção modificou seu desenho para algo
mais realista.
Apesar de todas as qualidades do
Belmont seu designe apresentava alguns problemas, como o para-brisa de
Plexiglass que distorcia a visão do motorista e a falta de maçanetas externas
que obrigava os usuários abrir as portas somente pelo lado de dentro.
No final de 1954 a Chrysler
apesar da boa aceitação do carro, e até mesmo da participação do modelo no
filme 'Uma esperança nasceu em minha vida (Bundle of Joy)', anunciou que havia
desistido do projeto devido ao modelo estar ‘ultrapassado’, e não se enquadrava
mais na imagem da empresa. Mas muitos acreditam que o verdadeiro motivo foi a
baixa venda do Corvette, que ainda era oferecido com motor de seis cilindros
pela Chevrolet. Infelizmente a decisão
da empresa se mostrou precipitada já que o modelo Thunderbird da concorrente
Ford, foi um grande sucesso de vendas em 1955, assim como o Corvette depois do modelo ganhar seu famoso motor V-8.
Apesar do Belmont nunca ter
entrado em produção, o carro foi salvo pelo próprio Virgil Exner que adquiriu o
único modelo fabricado pela Plymouth. O carro existe até hoje, e passou por uma
restauração completa no final dos anos oitenta, quando ganhou a pintura
vermelha no lugar do azul original. O Belmont foi vendido em um leilão em 2014 por $ 1,320,000.00.
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